“O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim”
Anita, sua carta – novamente – me desarrumou. Você me lembrou Maria Emília. E me vem: quem é você? E retorna maritimamente: quem sou? Quem sou eu para causar tantos transtornos? E você, quem é você que ao meu lado murcha e ao longe desabrocha?
E te agradeço porque me chamas Caio, mesmo sabendo que este incerto nome não é tudo o que sou. Afianço que na minha lápide qualquer nome será um equívoco. A ausência de um também.
Serei rude. Você veio me ver, compartilhamos o leito, a comida, a paisagem. E o que eu via era a Anita de sempre: maravilhada a cada sabor, cada carinho, cada cor. Mas essa não era você. Será isso?
Serei rude. Eu te faço mal? Mas se ambos confessamos nossas traições... Se ambos tiramos as máscaras e não vimos nossos rostos?...
Eu não te faço mal. Você ama alguém que não existe, daí quando você está próxima, aquele que existe te desagrada.
Nossa vida precisa restringir-se a essa eterna troca de cartas.
É assim que te amo.
Caio
Seu texto é gostoso e pronto. Muito!
ResponderExcluirAbração!
Berzé
Caio: As coisas só terminam, quando acabam. Acabou. Era isso que tentara dizer. Tens razão em ser rude... (http://cartasdeanita.blogspot.com/2011/08/o-quereres.html) a resposta! ;)
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