Falsa intimidade:
segredos inconfessáveis,
um guardado especial no fundo de uma das gavetas do armário,
aquilo a que só eu tenho acesso,
desejos recônditos,
prazeres proibidos,
tato oculto,
tanto oculto,
aquilo de que não se fala,
aquilo que não se fala,
talvez inominável,
instância protegida cuja chave entrego a poucos,
o mais profundo aonde me encontro.
Aonde sou mais eu?
Aonde me encontro?
Eu me encontro aonde sou mais eu?
Superlativo do dentro.
Ah, se o dentro estivesse por detrás da casca!
Ou debaixo da superfície!
Não!
Intimidade aflora.
Melhor: desabrocha,
irrompe
no silêncio do olhar do amado,
no acolhimento do abraço da amiga,
na confiança da palavra do pai,
na sabedoria do bem-querer da mãe.
Não, não há intimidade do um.
Só há intimidade a dois.
E poucos dispõem-se.
Alberto Tibaji
Querido Alberto,
ResponderExcluirÉ de me reconhecer...vou surrupiar esses teus últimos versos, fazê-los meus por um instante, sem deixar de mencioná-lo. Por que acabo de deslembrar essa intimidade que não é de um, mas só há de ser a dois...
Beijos saudosos...
Queridíssima amiga, disseram-me recentemente os astros que em 2012 publicaremos nosso livro. Agora precisamos cumprir nossa palavra, senão os astros mentirão por nossa causa! Beijos e mais beijos.
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